Eu não me chamo Leandro
Fico impressionado como as pessoas nunca me chamam pelo meu nome. Nunca. São poucos os amigos que lembro terem se dirigido a mim como André. Talvez seja o acento na última vogal, que faz a palavra oxítona ser agressiva demais para os ouvidos. Talvez seja a origem do termo: varão, viril, másculo, do grego.
Assim, sou chamado mais pelos carinhosos Deco e Dedeco, o formal André Miranda, o gaiato Andy Foca, o provocativo Cabeça, o fofo-provocativo Cacá, o intolerável gatinho, o afetivo Miranda ou até o preferido Andy. Há, ainda, adjetivos genéricos como cara, amor, rapá, mané ou safado. É difícil lembrar de tudo e nem tudo caberia num post família.
Mas eu gosto do meu nome, apesar de achar que realmente a última sílaba é forte demais e pode dificultar a pronúncia. Só não gosto de lembrar que André rima como mané, apesar de achar - na maioria das vezes - que não tenho nada de mané.
Não ter nada de mané, porém, não me faz ser obrigatoriamente uma pessoa interessante. Houve outros Andrés na história, muito mais bacanas e charmosos do que eu. Cito, de cabeça, o Warhol, o Lloyd Weber, o Summers. E cito também o Santo, cuja cruz era em forma de X. E deve ser muita onda morrer numa cruz em forma de X.
Ah, vale lembrar que não me chamo apenas André, mas André Luiz, fato que poucos sabem. Se ninguém me chama de André, de André Luiz, então, nem Deus e o Diabo durante a partida de xadrez onde sou um peão. Mas não vou escrever agora sobre o Luiz porque nem eu estou aguentando esse egocentrismo todo. Chega de falar de mim. Acho que cheguei ao cúmulo com esse post sobre meu nome (meu consolo é estarmos no fim do carnaval e o Inventado Dogmas historicamente ter pouquíssimos acessos nessa época). Está na hora de voltar definitivamente a nossa ficção real, que é muito mais interessante do que essa realidade ficcional. Os próximos posts serão eróticos, quiçá pornográficos, prometo. Mas antes preciso de mais um post, mais um post para escrever sobre uma pessoa.