Possibilidades
Caro Leandro,
Descobri por acaso que há uma pequena chance de uma de minhas cunhadas ser leitora de nosso blog. Duvido que seja assídua, mas talvez ela seja uma leitora esporádica, talvez escolha apenas os posts com títulos mais sugestivos como "A pornografia deixada de lado pela ternura" ou algum de meus "Delírios pornográficos". Não, não ache, amigo, que uma de minhas cunhadas goste demais de saliências. Vamos manter o respeito. É que, talvez, e apenas talvez, o comportamento sem pudores de seu cunhado chame sua atenção. Se eu tivesse uma irmã mais nova, meu cunhado estaria fudido, garanto.
Desde que descobri que meu irmão mais velho vem no meu blog, comecei a tomar cuidado com as coisas que escrevo. É lógico que tudo não passa de ficção, sabemos bem disso, mas semelhanças com a realidade podem causar confusão na cabeça daqueles que pouco conhecem o que se passa em nossas cabeças. Esse tipo de confusão, aliás, acontece também quando a irmã da minha cunhada escreve em seu blog que está aflita por não ter casado ainda. Medo, Leandro, medo.
Mais medo ainda em pensar que um dia sogra, sogro e um bando de lutadores de Krav Magá podem vir aqui conhecer nosso blog. Porra, uma vez, há uns dois anos, escrevi um texto relatando meu sonho de chegar em casa e pedir para minha esposa um sexo anal sem reclamações ou lubrificantes. Consegue imaginar o namorado da sua filha escrevendo isso, amigo? Duvido que o namoro continuasse por muito tempo.
Enfim, vou ter que parar de escrever sacanagem neste blog. Ou isso, ou termino o namoro. Qual opção é mais apropriada? Existe a possibilidade, ainda, de eu pedir para a cunhada não vir aqui em hipótese alguma. Mas, você sabe, estou cada vez mais paranóico e, na realidade, ela pode nunca ter lido um de nossos dogmas. E, se eu falar, vou acabar atiçando sua curiosidade. Melhor deixar quieto então.
Ah, caro Leandro, essa cunhada que talvez, e somente talvez, venha a nosso blog de vez em quando, é casada, oká? Portanto, comporte-se.