segunda-feira, abril 11, 2005

Heresia ébria

Seu eu fosse papa, a primeira coisa que faria seria acabar com a função do camerlengo. É muito poder para uma só pessoa: quebrar o anel, martelar a testa e ainda declarar a morte. Não seria uma papa bobo, gente.

Também escolheria o nome Pedro II. Os papas nunca escolheram esse nome em respeito a tal pedra onde foi fundada a Igreja de Cristo. Não existe humildade quando se mora num país dentro de Roma e se diz infalível. Pedro II é um nome mais do que justo.

Esse negócio de infabilidade papal surgiu no Concílio Vaticano I, na segunda metade do século XIX. Mas não foi fácil. Alguns teólogos tiveram que explicar que a infabilidade só se referia aos atos doutrinários do papa, não a sua pessoa. Alguns bispos discordaram, ameaçaram uma cisma, mas aí começcou a guerra entre Alemanha e França e os rapazes acharam melhor não discutir. Pronto, fez-se papas infalíveis.

Mesmo assim eles deixam o cargo do tal camerlengo entre os cardeais.