segunda-feira, dezembro 27, 2004

Ao Leandro, com carinho, amor e saudade

Em 2005 as coisas vão ser diferentes por aqui. Responsável pelos melhores momentos desse blog (sim, eu sou humilde), Leandro vai se mudar para algum estado ao norte. Ele vai para a única região do país que eu não conheço e prentedo visitá-lo o quanto antes. Devo marcar minhas férias para agosto e, se conseguir arrumar meu carro até lá, vou dirigindo até o Pará. Loucura é o caralho.

É o terceiro amigo que vai para outro estado em menos de dois anos. Daqui a 15 dias, outra também se vai. Das duas, uma: ou eu estou sendo abandonado, ou as pessoas não temem a distância quando se trata de buscar um futuro melhor. Felicidade não é só trabalho - como foi a busca de dois desses amigos que foram embora -, nem amores impossíveis - como foi e será a busca de outros dois. Talvez seja uma conjunção disso aí, com um morango em cima só para dar uma cor.

Já aprendi e acreditei, noutra época, que felicidade é o encontro com Deus. De um tempo para cá, porém, eu mudei, meu Deus mudou e até mesmo meu desejo por felicidade mudou. Se eu nem sei o que é exatamente ser feliz, por que devo me preocupar com isso?

Daí vou vivendo a vida, rodando por aí, e, assim, pretendo chegar até o Pará. Mas chega de andreocentrismo por hoje.

A falta que o Leandro vai fazer vai muito além do companheiro de bar em bar. Que ele não nega mais um gole, isso é verdade, mas há outros pinguços que também são assim. O diferencial do Leandro é não negar, nunca, mais um ombro, mais uma palavra de consolo, mais um lenço para enxugar as lágrimas dos outros. Ele também não mede palavras duras e sinceras quando necessário e está cansado de me dizer sem pudor que eu sou um merda e que minha namorada merece coisa melhor. E diz isso com carinho.

Uma vez, há uns dois anos, fui deixar o Leandro em casa lá pelas 7h da madruga. A cena foi hilária. Ele saltou do carro completamente alcoolizado, pegou um dos 500 jornais que estavam na porta de seu prédio para ser distribuídos a assinantes e jogou dentro do meu carro. "Vai, André, foge, foge, foge". O cara roubou um jornal para mim, sabe? O objeto do roubo pouco importa. Se fossem dúzias de flores, ele teria roubado uma flor do mesmo jeito.

Daí, vocês têm que entender, a falta que ele vai fazer aos amigos. Porque o Leandro, gente, é o surdo mais bacana que eu já conheci. O Pará vai ser mais feliz com ele. E eu, mais infeliz sem.