segunda-feira, janeiro 05, 2004

2004, o ano de meu pai Oxóssi

E 2004 já começou e nenhum dogma foi inventado. Portanto, caro Godinho, vamos parar com as felicitações porque as falsidades mundanas não podem chegar a este cândido blog - que prega o cunnilingus, sim, mas apenas como forma de elevação espiritual.

Este ano, outrora do sonho olímpico carioca, tem muito a nos dar. Já me foi agradável, por exemplo, nas escolhas culturais. Vi O Retorno do Rei, o melhor de três ótimos filmes. Ganhei o disco novo do D2 e me apaixonei pelos versos "o gringo subiu o morro e bebeu cachaça/fumou maconha e obteve a graça/depois do samba sua vida nunca mais foi a mesma". Porra, tirando essa história de maconha, que é coisa de vagabundo, eu me identifico muito com esse gringo. Agora eu pretendo começar a ler o Em Busca do Tempo Perdido, somente para me firmar como um dos bacanas neo-intelectuais cariocas. Gente da estirpe de Hildegard Angel, Arnaldo Bloch, Seu Jorge, José Padilha e Romário. São apenas 2.444 páginas me separando da glória.

Mas não quero começar essa nova etapa cultivando implicâncias a pessoas que eu nem conheço. O que eu queria mesmo era casar com a Julia Roberts. No programa do David Letterman ela disse que adora lavar roupa, cara. Imagine só uma Julia Roberts lavando suas cuecas! Putz, foi justamente para isso que descobriram o cunnilingus. Em breve estreará por aqui um tal de Mona Lisa Smile, onde ela atua com a Kirsten Dunst. O melhor filme do ano, com certeza.

(um rápido interlúdio textual: Renata, por favor, aprenda a lavar roupa)

Porque são essas coisas, simples coisas, que nos fazem acordar feliz às 6h da madrugada e ainda assim achar que vale a pena sair por aí sorrindo. É como canta a Billie Holiday:

You must remember this/ A kiss is still a kiss/ A sigh is just a sigh/ The fundamental things apply/ As time goes by

E como canta essa tal de Billie Holiday!