Senhores, entreguei a monografia. Nesse mês complicado de novembro, o Godinho não me decepcionou e foi mais eficaz do que eu, também entregando sua monografia e ainda tendo tempo para atualizar o blog. Dá-lhe, God!
O fato é que eu quero um 2004 diferente e, antes de tudo, eu tinha que me esforçar para me formar. O jornalismo me deu meu terceiro registro numa faculdade e acho que três é uma média boa para conseguir, ao menos, um diploma. Daqui para frente, estudar, só se for para um mestrado. É claro que ainda falta defender o projeto, mas a banca será composta por duas professoras e, apesar de fora de forma, acho que eu ainda consigo jogar um pouco de charme por aí para umas coroas acadêmicas.
Outra meta importante para o próximo ano é me tornar um Metrossexual, assim mesmo, com M maiúsculo. Porque o mundo moderno é deles, dos Metros, com seus ternos Armani e gravatas coloridas. São chiques, dizem. Certa vez, entrei numa Macy´s em Nova Iorque disposto a comprar um Armani preto, onipotente, que com certeza me faria parecer mais homem. Desisti pelo preço e voltei com um terno mais vagabundo mesmo - meus amigos, pobres ignorantes, nunca notariam a diferença. Formado e trabalhando, tenho certeza que conseguirei comprar um legítimo Armani para fazer par com minhas cuecas Calvin Klein. Assim, pelo menos um passo para a Metrossexualidade já estará dado.
E não se pode duvidar do poder desse novo gênero do século XXI. Outro dia, num boteco qualquer, eu com três caldeiretas na cabeça, um sujeito aparece e pede um chope garoto com "apenas um dedinho de colarinho". Depois, ainda acende um Marlboro Light. Papai, um português tradicional criado sob preceitos cristãos, não apostaria nenhum escudo na masculinidade do indivíduo. Mas você estaria errado, meu velho. Ao seu lado, do aparente gay bebendo garoto com pouco colarinho e fumando baixos teores, estava uma bela morena, extremamente bem vestida, daquelas para qual qualquer macho soltaria correndo um sonoro gostosa. Quer dizer, qualquer macho não. Os Metros, e tudo leva a crer que aquele era um exemplar da espécie, ao invés de elogiar os atributos divinos da bunda feminina, virariam a cara e ajeitariam o cabelo. Seu próprio, óbvio. Antigamente, uma mulher daquelas nunca sairia com um sujeito fumando Marlboro Light. Mas os Metros são diferentes. São sensíveis e entendidos em perfumes franceses, e elas só querem saber deles.
Perguntando para uma mulher com mais de 17 e menos de 40 anos o que lhe atrai num homem hoje em dia, ela com certeza dirá que é a bem resolvida feminilidade do sujeito. Se a resposta for diferente, deve ser lésbica, a Maria. Antigamente, era o contrário. Bons partidos usavam blusas abertas com os pêlos à mostra e tênis velhos, quiçá furados. Um Metro nunca usaria um calça rasgada, a não ser que ele já a comprasse assim. Estilo? Que nada, o visual vem do coração. São cabelos penteados em desordem, barbas mal-feitas que demoram dúzias de minutos para serem aparadas e Armanis cuidadosamente amarrotados.
Oká, você tem todo o direito de achar que eu, André Miranda, só estou mais uma vez querendo entrar na onda e ficar antenado com o que há de mais cool na atualidade. E eu sou vou dizer que nem todo mundo entende minha sensibilidade e nem ligarei para as críticas. um bom Metro, este não se importa mesmo com o que dizem dele.