quarta-feira, agosto 27, 2003

- Sabe, maluco, acho que estou gostando de alguém.
- Eu conheço?
- Acho que não. O nome dela é Maria Clara.
- Gostosa? Me diz aê, moleque... desce outra Bohemia, Oswaldo!
- Porra, bróder, ela tem uma tatuagem nas costas. Irada.
- Mas ela é gostosa ou não, caralho?
- É, sim. Gostosa de pegar, apertar, de dormir juntinho...
- Tu comeu ela, então?! Dá-lhe, Rochinha!
- Nem, rapá. A gente só dormiu junto, ela tinha que acordar cedo pro trabalho e eu já tinha tomado umas... acabei só dormindo com ela.
- Fala sério! Vai dizer que não rolou uma rapidinha? Nem um boquetinho?
- Já te disse que não, Luis. E, porra, foi a primeira vez que a gente saiu, amanhã ela quer que eu a busque no trabalho dela.
- Come logo, mané. Ela tá te dando mole.
- Porra, tô gostando dela. Não é só querer comer a garota, quero ficar com ela e tudo mais. Andar de mão dada na rua e o caralho.
- Ai, Rochinha... come logo e pronto, rapá.
- Tu é surdo, porra? Eu disse que tô gostando dela e você achando que é outra coisa.
- Hahahaha!! O cara tá amarrado mesmo!! Conheceu onde?
- Numa festa, lembra da festa da Juliana semana passada? Então, a gente meio que ficou ali.
- Caralho!! Tu pegou aquela mina? Ela é maior que tu, tinha o maior rabo!! Me engana que você ainda não comeu a garota, Rochinha, me engana!
- Ela mesmo, hehe, mas não comi, não. Só escrevi uma poesia pra ela.
- Poesia, Rochinha? Tu tá ficando mole, mermão.
- Desce outra Bohemia, Oswaldo!

Maria Clara, já em casa, ligava para contar a sua irmã que estava ficando com um carinha desde quinta. E não achava que ele estava ficando mole coisíssima alguma, muito pelo contrário.