Resultados de prosas de bar...
Caro Leandro, retomo o motivo da existência deste blog para que possamos por algumas linhas dialogar. Sei que tu és um rapaz ocupado, namorador e deves ter coisas melhores para fazer do que perder tempo nesta prosa com teu velho amigo. Porém, Leandro, eu não tenho tantas coisas assim para escrever e espero que tu tenhas alguns instantes para me ler.
Ao contrário de ti, amigo, que arrumaste uma guria gaúcha e deves estar trepando adoidado, hoje completam três meses e dezenove dias que eu não trepo. A última vez foi numa tal de termas Âncora que existe aqui perto de meu prédio. Foi com uma puta peituda que reclamou que eu roía as unhas. "Ai, é tão feio um homem tão bonito ficar roendo as unhas". Que arrogante, a puta, deve ter achado que estava me agradando. Como se eu não soubesse que todas elas, as putas, são falsas.
Não, não vou me perder no rumo desta prosa, Leandro, porque não era minha intenção sequer escrever sobre minhas aflições. Queria apenas discutir contigo o sumiço dos comentários de nosso blog. Talvez, até, eles, os comentários, já tenham reaparecido. Assim, deste jeito mesmo, como sonhos que somem e voltam a todo instante. Só que agora, quando escrevo, não há comentários lá.
Nos últimos dias, Leandro, não sei se tu acompanhaste, mas nosso sistema de comentários arrombou a festa. Meia dúzia de cidadãos, todos brasileiros, resolveram compartilhar conosco seus dogmas. Alguns não tinham exatamente dogmas para compartilhar, mas contribuíam, de uma forma ou de outra, escrevendo besteiras e congêneres. Tu bem sabes, Leandro, que nunca tive muita paciência para cultivar aquele espaço de comentários e não me preocupava em responder a todos. Só que estão me fazendo falta, os comentários. Acho que eu virei refém do nosso blog, meu amigo. Talvez, espero eu, este seja um sintoma da falta de sexo.
Mas não falarei de sexo para que novamente eu não desvie de meus objetivos, que visam somente a lamentar a falta dos comentários, não de sexo. Um de nossos posts já contabilizavam, da última vez que foram vistos, mais de 50 comentários. Uma maravilha, Leandro, uma maravilha. Está certo que não passava de meia dúzia as pessoas responsáveis pelos 50 comentários, mas aquilo já me trazia uma baita satisfação, caro amigo.
E aí encontramos o maior problema deste mundo virtual. As coisas são criadas com facilidade, sim. Mas na internet, Leandro, as coisas somem mais rápido do que aparecem. E ninguém se importa. Se o materialismo é condenável no mundo real, no virtual, então, ele não existe. Tu podes até curtir um site, mas se ele sumir outro surgirá em seu lugar. Melhor, com mais conteúdo e com mais fama.
Já que não tenho mais os comentários de nossos leitores para me entreter, Leandro, resolvi discutir contigo a possibilidade de promovermos um flash mob. Eu sei, eu sei que tu provavelmente achas isto uma tremenda estupidez de púberes internautas desocupados. Mas talvez seja a solução para este meu fim de agosto praticamente perdido, caro amigo. Ontem, dia 27, era comemorado o dia do psicólogo e eu nem liguei para minha analista. Tão preocupado eu estava com nosso ausente sistema de comentários, que nem para a Laura, namorada do Luís, eu liguei.
Os flash mobs, Leandro, apesar de nosso preconceito, são formas legítimas para jovens, que se protegem por trás de um teclado, um gabinete, um monitor e trilhões de quilômetros de fios, mostrarem suas caras. Apesar da inexistência de uma razão e das inúteis maneiras encontradas para se manifestar, tudo que estes jovens fazem é se apoiarem numa identidade coletiva para tomar uma atitude. Concordo que a atitude poderia ser melhor escolhida e poderia haver um objetivo, mas não os condeno.
Portanto, Leandro, convoco-te, nobre parceiro de loucas investidas, a estar comigo no primeiro dia de setembro, uma segunda-feira, em frente ao apartamento da empresária Luma de Oliveira. E convoco também todos os inúmeros visitantes deste blog. Lá, juntos, gritaremos por três vezes: "ô Luma, cadê você? Eu vim aqui para te comer". E não, Leandro, não venha com este argumento furado que estou advogando em causa própria. Minha idéia do flash mob não tem nada a ver com minha falta de sexo.
Aos interessados, retornem aqui no dia marcado pela manhã, para conhecerem endereço e horário.