domingo, agosto 24, 2003

Preta Gil é a musa do inverno

E já tem uma molecada praticando onanismo de olho no Cd da Preta Gil. Pois é, gente, as coisas não estão fáceis. O pessoal está com medo de trepar: os homens não querem decepcionar, as mulheres não querem engravidar e os gays não querem se apaixonar. E ainda tem a tal Aids que amedronta todo mundo. Uma merda, essa Aids. Eu mesmo não trepo há uns dois meses.

E o preço da Playboy? É um absurdo exigir que um estudante reserve R$ 9,90 de sua mesada pra ter a Dóris em casa. Está certo que todo mundo tem vontade de machucar de alguma forma a Dóris pelo que ela faz com seus avós, mas não devemos dar asas à imaginação. O disco da Preta, que não é exatamente uma Dóris, vai acabar encalhando e logo vão vendê-lo por R$ 9,90. Como ainda tem música incluída, sai mais em conta inspirar-se na Preta do que na Dóris.

Gilberto Gil, ministro; baiano, o bichinho; filho de Xangô; parceiro de Caetano; marido de Flora; e pai de Preta, viu e ouviu o disco. O ministro elogiou a música mas, sobre as fotos, seu comentário foi "precisava, minha filha?"

Porra, ministro, vamos ser coerentes. Na capa de seu segundo LP, vinha escrito "eu sempre estive nu" e o senhor vem reclamar de sua filha? Não renegue seu passado, companheiro. É claro que deve incomodar a qualquer pai ficar imaginando que estão oferecendo sua filhinha querida a Onã, mas a culpa é da indústria do sexo brasileira que anda inflacionária demais. Outro dia mesmo eu ouvi dizer que uma profissional, estudante de jornalismo da UniverCidade, custava uns mil reais. Assim não dá, ministro.

Talvez a solução fosse colocar a Playboy dentro de uma lei de incentivo qualquer. A revista Bravo, que trata de alta cultura e é financiada pelo Minc, deve estar mais cara que a Playboy. Não precisamos de plebiscitos para imaginar para que tipo de cultura o povo iria preferir que seu, meu, nosso dinheiro fosse destinado. O brasileiro está mais interessado nas populares artistas da Playboy do que nos jovens artistas ingleses das artes da Bravo. Com a Lei Rouanet na Playboy, seu preço iria cair e a garotada iria se deliciar com a Dóris, não com a Preta.

Pois é, Gilberto Gil, enquanto a Playboy continua cara, ficam uns gaiatos tocando "uma" para uma filha de ministro. O Gabeira já está até pensando em dar entrada num projeto de lei que proíba os adolescentes e velhos safados brasileiros de se masturbarem pensando em integrantes dos três poderes e em seus familiares. Há generais, inclusive, que querem estender a lei às forças armadas. Argumentam que merecem um tratamento diferenciado porque a carreira militar é típica de estado.

Tudo bem que o Minc não serve mesmo para muita coisa e que o ministro é o Gilberto Gil, mas ainda assim é um ministro! É muito mais onda dedicar "uma" à filha de um ministro do executivo do que assediar a filha de um ministro do STJ. Relações de qualquer espécie com o poder executivo sempre dão mais status.

O governo, aliás, está em polvorosa. Mal conseguem esperar pelo primeiro e tradicional "churrasco de Natal dos ministros e familiares na Granja do Torto". Se a Preta Gil for ousada mesmo como dizem, ela presenteará o Lula - que estará vestido de papai-noel - com seu disco autografado. Nosso presidente iria ficar todo vermelho, coitado.

Na próxima semana, com certeza vai pintar nas colunas sociais: "Preta Gil aceita posar para a Playboy de novembro e vai doar seu cachê para o Fome Zero". É forte concorrente, essa Preta, à vaga do Graziano na reforma ministerial.