Há cerca de duas semanas atrás, escrevi neste espaço que talvez eu tivesse me apaixonado novamente. Lógico que não escrevi apenas por escrever, alguma coisa já acontecia entre nós e eu apenas me deixava levar, e o grande barato (e risco, e por isso mesmo barato) do amor é se deixar levar.
A suspeita, quem diria, virou uma verdade feliz. E é engraçado quando você se descobre gostando de alguém, porque o amante percebe aos poucos e sempre depois dos outros. Certamente há algo de físico no ato de se enamorar, porque seus amigos notam a sua postura, o seu penteado ou o seu andar modificado. O amor renova - e dizem, embeleza.
Começou não sei como, mas desconfio que por conta de uma volta para casa solitária numa dessas madrugadas da vida. Sentia-me só não apenas por estar só de fato, mas porque gostaria de estar em companhia dum alguém. Então eu decidi que precisava vê-la de novo, só para ter a certeza nos olhos dela. E poucas coisas alegram tanto a vida da gente quanto uma outra vida compartilhando a nossa.
Pois bem, agora escrevo essas palavras sozinho em meu quarto, mas de certa forma sentindo a sua mão acariciar-me o rosto e me garantindo que tudo terminará certo. Essas madrugadas solitárias sem direções certas nunca mais serão as mesmas.