domingo, agosto 03, 2003

Há cerca de duas semanas atrás, escrevi neste espaço que talvez eu tivesse me apaixonado novamente. Lógico que não escrevi apenas por escrever, alguma coisa já acontecia entre nós e eu apenas me deixava levar, e o grande barato (e risco, e por isso mesmo barato) do amor é se deixar levar.

A suspeita, quem diria, virou uma verdade feliz. E é engraçado quando você se descobre gostando de alguém, porque o amante percebe aos poucos e sempre depois dos outros. Certamente há algo de físico no ato de se enamorar, porque seus amigos notam a sua postura, o seu penteado ou o seu andar modificado. O amor renova - e dizem, embeleza.

Começou não sei como, mas desconfio que por conta de uma volta para casa solitária numa dessas madrugadas da vida. Sentia-me só não apenas por estar só de fato, mas porque gostaria de estar em companhia dum alguém. Então eu decidi que precisava vê-la de novo, só para ter a certeza nos olhos dela. E poucas coisas alegram tanto a vida da gente quanto uma outra vida compartilhando a nossa.

Pois bem, agora escrevo essas palavras sozinho em meu quarto, mas de certa forma sentindo a sua mão acariciar-me o rosto e me garantindo que tudo terminará certo. Essas madrugadas solitárias sem direções certas nunca mais serão as mesmas.