segunda-feira, junho 09, 2003

Quando fico sem tempo para escrever, apelo e coloco coisas velhas. O textinho abaixo é o início de algo maior que me consome há alguns anos.

Amarrei com minha gravata seus pulsos na grade da janela. Finalmente aquela maldita grade que custou uma fortuna e cuja utilidade para um apartamento no oitavo andar eu constantemente questionava servia para alguma coisa. Idéia dela e sua mania de segurança. Apertei bem forte o nó da gravata. Bárbara resistia. Tentou em vão me chutar. Bati-lhe na cara. Ela gostava de apanhar enquanto transávamos. Também gostava quando eu a amarrava. Mas ainda assim resistia e mandava que eu parasse. "Não faça isso", pedia. Puxei a gravata. Estava firme, porém não parecia machucar-lhe os pulsos. Tinha certeza que não machucava.

Ela estava assustada. Não nos víamos há duas semanas. Usava uma blusa branca de linho grosso, com botões marrons. Eu nunca tinha visto aquela blusa nela. Devia ser nova. A saia era a minha preferida, presente de sua prima que mora em Paris. Preta, tinha a lateral bordada em dourado com a fabulosa frase "Je suis en retard mais j?ai une excuse". Só agora entendo que a frase combinava com sua falsidade. Morei com ela por quinze anos e namoramos quatro. Precisei de dezenove anos para enxergar naqueles olhos doces tanta falsidade.

Seu rosto jovial aliado àquela blusa e saia dava-lhe um ar de colegial que me fascinava. Perguntei para onde iria àquela hora da noite. Na realidade não me importava com a resposta e ela acertou em não responder. Rasguei sua blusa de uma só vez. Todos os botões voaram e Bárbara começou a chorar. Dei-lhe outro tapa e mandei que se calasse. Não queria machucá-la. Ela só aumentou o choro, como era de se imaginar. Estava sem sutiã a vadia. Tinha belos seios. Um pouco caídos pela idade mas ainda com belo contorno e bicos duros e saltitantes. Não me detive em seus seios e desci minha mão direita à frente de sua saia. Apertei. Ela se encolheu e jogou o quadril para trás. Abaixei sua saia com minhas duas mãos. Usava uma calcinha decente, azul.

Parei por um instante e me afastei dois passos. Fiquei apreciando aquela mulher que eu amava tanto. Mesmo depois de um filho ainda ostentava um belo corpo, sem barriga. Talvez pelas horas gastas em academia, talvez pelo genoma deixado por sua mãe ou talvez pelos dois. Chorava amarrada, quase nua a não ser por uma calcinha que logo não estaria mais ali. Chorei também. Acho que mais por pena de vê-la chorando do que pela saudade. Apesar do jeito rude, sempre fui muito sensível a pessoas chorando. Não sei.

Eu ainda não havia reparado em suas unhas pintadas com esmalte vermelho. Eu odiava. Também estava maquiada com batom e sombra, incrementos femininos que também odiava. Nunca usava quando saíamos. Bárbara me olhou e pela segunda vez me pediu para não continuar. Dei-lhe mais um tapa, abaixei-me e tirei sua calcinha. Com raiva. Enfiei a língua em sua vagina. Lambia e apertava suas nádegas com força. Ela chorava e me pedia para não continuar. Não lhe dei ouvidos e continuei lambendo. Tinha uma vagina cheirosa, com poucos pêlos e rosada. Sempre me foi saborosa e não seria aquela situação que a deixaria diferente. Logo Bárbara ficou toda molhada. Para mim bastava daquilo, minha sede estava saciada. Levantei e abaixei minhas calças. Meu pênis estava bem ereto já fazia alguns minutos. Ela olhou um pouco assustada e disse que não queria, que aquilo era estupro.

- Muito pior é o que você fez comigo. Espero que esta seja a última vez que nos vejamos e quero que tenha essa lembrança de mim.

Falei isso com raiva e hoje me arrependo, já que não se tratava do meu real sentimento. Agarrei suas pernas com força e as afastei. Segurei cada uma com cada um de meus braços e enfiei-lhe meu pênis em sua vagina de uma só vez. Bárbara deu um pequeno grito de dor, quase um gemido. Comecei comendo-a devagar. "Não faça isso, Júlio", repetia. Mas, entre choros e soluços, entre pedidos e olhares de reprovação, ouvia-se um ou outro gemido, uma contração das pernas, um coração acelerado. Sim, eu tinha certeza que ela estava gostando. Não deu o braço a torcer, mas eu sabia que ela gostava de ser comida pelo homem que fazia aquilo com ela há 19 anos e o fazia tão bem. Ouvia seus gemidos no meio de tantos pares e nãos. E eram gemidos de prazer, tenho certeza. Depois de uns seis minutos, gozei. Não fazia sexo há mais de uma semana e expeli todo sêmen acumulado com minha raiva. Acho que Bárbara não gozou, mas também não me importava. Ela chorava muito. Mas eu sabia que ela tinha gostado, o que também não me importava.

Levantei minhas calças e a desamarrei. Ela pegou suas roupas no chão e se cobriu. Ficou ali sentada no chão da sala, naquele pequeno vão entre o sofá e a janela, nua coberta com uma saia preta e o resto de uma blusa branca. Não me olhou e não dizia nada. Só chorava.

- Admita, Bárbara, você gostou.