sábado, junho 14, 2003

Como o assunto do post anterior toca no nome do querido Manoel Carlos, sou obrigado a admitir: adoro suas novelas. Agora mesmo estava assistindo a Mulheres Apaixonadas. Fico torcendo para aquelas gurias lésbicas consiguerem alcançar a felicidade e sofro com aqueles velhinhos que penam na mão da diabólica Dóris. Um horror essa Dóris, um horror.

Uma personagem de Mulheres Apaixonadas, coroa, disse, agora há pouco enquanto eu assistia à novela, para outra personagem, jovem enrolada na toalha:

- Bons amigos não fazem sexo, Gracinha!

Olha, minha senhora, mas a senhora tá muito enganada, amigos que são realmente bons fazem um sexo mais gostoso. É dogma universal que amiga boa mesmo é aquela que você conhece na horizontal. E o velho Moreira da Silva que me permita, mas roubarei um de seus vesros, para afirmar que uma bela amizade tem um final, mas o final é meio impróprio e eu não digo.

Porém, eu sempre defendi uma verdadeira amizade entre homens e mulheres, sem maiores intenções. E continuo defendendo. Como falei em outro post, nós somos o sexo e amigos servem para essas coisas mesmo. Um sexo bacana entre amigos não muda nada nessa verdadeira amizade. Justamente por isso, antes de ser namorado de minhas namoradas, procuro ser um amigo. Deixo então uma poesia bacana da Cecília Meirelles procês:

CANTAR DE VERO AMOR

  Assim aos poucos vai sendo levada
a tua Amiga, a tua Amada!
E assim de longe ouvirás a cantiga
da tua Amada, da tua Amiga.
Abrem-se os olhos - e é de sombra a estrada
para chegar-se à Amiga, à Amada!
Fecham-se os olhos - e eis a estrada antiga
a que levaria à Amada, à Amiga.
Se me encontrares novamente, nada
te faça esquecer a Amiga, a Amada!
Se te encontrar, pode ser que consiga
Ser para sempre a Amada Amiga

E assim aos poucos vai sendo levada
a tua Amiga, a tua Amada!
E talvez apenas uma estrelinha siga
a tua Amada, a tua Amiga.
Para muito longe vai sendo levada,
Desfigurada e transfigurada.
Sem que ela mesma já não consiga
dizer que era a tua profunda Amiga.
Sem que possa ouvir o que tua alma brade:
que era tua Amiga e que era a tua Amada.
Ah! do que disse nada mais se diga.
Vai-se a tua Amada - vai-se a tua Amiga!
Ah! do que era tanto, não resta mais nada...
Mas houve essa Amiga! Mas houve essa Amada!