Companheiros (IV)
Dó - É meu irmão, cara, o sujeito é meu irmão. E ainda é meu padrinho. O que mais preciso falar?
Gustavo - Um cara genial, alegre, inteligente, espontâneo e surpreendente. O tempo de nossa amizade é maior do que o tempo que eu não o conheço. Era o terceiro de três numa das 3 viagens mais legais de minha vida - eu, ele e Duda rodando os EUA. O Gustavo fica aborrecido com facilidade e fecha a cara por isso. Seus rompantes até já viraram folclore entre os amigos. É a melhor pessoa para se discutir sobre qualquer assunto, apesar de discordarmos muito. Um dia ainda vamos pegar um carro e rodar por aí sem destino.
Daniela - Minha amiga velha e rabugenta. Companheira de álcool, dança e cigarro. Bêbada, a Dani é genial. Sóbria, é deslumbrante. Só não é aconselhável tentar acordá-la pela manhã - ela também sabe, e como sabe, ser mal-humorada. Daniela conta que me achava super nojento quando me conheceu. É uma ótima bebedora de rum e minha eterna parceira de truco. A Dani é pouco paciente para burrices de desconhecidos e para aqueles de quem ela não gosta. Mas compensa com bastante paciência para seu namorado. Já fui num motel com ela.
Elinton - Somos amigos praticamente por toda nossas vidas. Na juventude, fazíamos tudo juntos. Era meu parceiro de viagens, festas, bike, tequila, buraco e basket. Hoje, tentamos sempre encarar um programinha (casa da matriz às quintas) para beber e papear. O Elinton é um sujeito extremamente tranquilo e relaxado. Nada o aborrece. Ele é tenente da marinha e, tenho certeza, vai ser o primeiro de meus amigos a se casar - obrigando-me a vestir uma saia para a cerimônia. Ele sabe mais de mim até do que eu mesmo sei.
Carla - É minha irmãzinha. Ao nos conhecermos, nossa amizade cresceu rápido, mas brigávamos demais. Uns 5 meses depois, a Carla me chamou para viajar pelo Nordeste brasileiro - a outra das minhas 3 viagens mais bacanas - e, que eu me lembre, nunca mais brigamos. Seu problema é ser um tanto grossa. Mas seu carinho especial pelos amigos - friendsfan, afinal - dá uma compensada. Ela sempre me liga quando eu mais preciso e raramente dispensa uma bela farra. Pela alegria e disposição, é a parceira ideal para putarias. É mãe e eu já fui num motel com ela.
Guilherme - É meu amigo padre de Petrópolis. Tenho certeza que, se ele não tivesse seguido vida religiosa, faria parte de nosso seleto grupo "rapaziada" e nos veríamos sempre. Ou, talvez, se eu tivesse continuado pelos caminhos de Deus, também nos veríamos sempre. Éramos extremamente unidos no colégio. Fizemos engenharia juntos e largamos na mesma época. Fico imaginando às vezes como seria se o Guilherme resolvesse desistir da Igreja. Tenho certeza que ele também imagina.
Gisele - O bem que faz para o Alexandre - comparativamente - já seria um bom motivo para gostar dela. Mas, independente disso, essa suburbana barraqueira conseguiu conquistar meu coração. A Gisele é alegre e curte uma mesa com boa cerva e bom papo - cenário utópico para todas as noites dos melhores boêmios. Às vezes ela fica meio autista, mas deve ser uma característica do grupo de amigas com quem ela anda. Uma vez, em Porto Alegre, eu a fiz chorar e não me arrependo. E ela tem uma generosa bunda.